A cidade de Dores
do Indaiá, localizada no centro-oeste de Minas Gerais, tem importante
passo rumo a sustentabilidade ambiental. Com a inauguração em abril de
2011 da Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos, a cidade
mineira agora faz parte de um número especial de municípios brasileiros
que possuem um destino correto para o lixo.
O antigo lixão que
incomodava a comunidade local há cerca de 40 anos foi totalmente
desativado e cercado com cordas de arame para que mais nada fosse jogado
no local. A usina de compostagem começou a ser construída no final de
agosto de 2008, a área ocupada é de 32 mil quilômetros quadrados em um
terreno adquirido pela prefeitura municipal.
A educadora
ambiental Maria Cristina Sousa ressalta que os resíduos sólidos, quando
jogados inadequadamente a céu aberto, trazem sérias consequências ao
meio ambiente. Ocorrem problemas como a contaminação do lençol freático,
comprometendo o uso domiciliar da água; a poluição atmosférica, gerando
o desprendimento de gases e o mau cheiro; a proliferação de insetos e
roedores que transmitem doenças.
Além de evitar
sérios problemas, a usina de triagem gera emprego e renda para o
município. Foram mais de 30 novos empregos, 15 mulheres que catavam lixo
e hoje estão empregadas com salários fixos, transporte, equipamento de
proteção individual, com dignidade e reconhecimento da importância do
papel que desempenham.
"Tem três anos que
moro aqui, quando vim para cá trabalhei no lixão e era pavoroso", conta a
ex-catadora do lixão, Maria Geralda de Sousa, que trabalha na usina
selecionando os materiais. A funcionária relata que no início foi
complicado porque as pessoas não tinham consciência da importância de
separar o lixo. Mas, com as campanhas, a maioria dos moradores estão
fazendo sua parte.
A coleta seletiva
implantada em dezembro de 2010 auxilia no processo de trabalho da usina e
ajuda a desenvolver a conscientização e a preocupação com o meio
ambiente. A educadora Maria Cristina afirma que a mobilização foi feita
com todos os recursos disponíveis: rádio, palestras, carro de som,
jornais, panfletos e visitas de casa em casa, tudo para que a população
se conscientizasse da importância da coleta seletiva.
Atualmente a coleta
seletiva é realizada três vezes por semana em cada bairro, utilizando
dois caminhões. Um caminhão recolhe o lixo seco e o outro recolhe o lixo
molhado e o rejeito (papel higiênico, absorventes, etc). Segundo a
educadora ambiental, na usina o lixo seco vai para a bancada para ser
separado, o rejeito vai para o aterro e o orgânico (molhado) é destinado
para a área de compostagem. "É certo que ainda precisamos trabalhar
muito a consciência das pessoas, acreditamos que atingimos 70 % e
através da conscientização do cidadão, podemos dar maior
sustentabilidade á usina", relata Maria Cristina.
Fonte: Revista de Minas.