quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM A CRIAÇÃO DA USINA DE TRIAGEM EM DORES DO INDAIÁ

A cidade de Dores do Indaiá, localizada no centro-oeste de Minas Gerais, tem importante passo rumo a sustentabilidade ambiental. Com a inauguração em abril de 2011 da Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos, a cidade mineira agora faz parte de um número especial de municípios brasileiros que possuem um destino correto para o lixo.
O antigo lixão que incomodava a comunidade local há cerca de 40 anos foi totalmente desativado e cercado com cordas de arame para que mais nada fosse jogado no local. A usina de compostagem começou a ser construída no final de agosto de 2008, a área ocupada é de 32 mil quilômetros quadrados em um terreno adquirido pela prefeitura municipal.
A educadora ambiental Maria Cristina Sousa ressalta que os resíduos sólidos, quando jogados inadequadamente a céu aberto, trazem sérias consequências ao meio ambiente. Ocorrem problemas como a contaminação do lençol freático, comprometendo o uso domiciliar da água; a poluição atmosférica, gerando o desprendimento de gases e o mau cheiro; a proliferação de insetos e roedores que transmitem doenças.
Além de evitar sérios problemas, a usina de triagem gera emprego e renda para o município. Foram mais de 30 novos empregos, 15 mulheres que catavam lixo e hoje estão empregadas com salários fixos, transporte, equipamento de proteção individual, com dignidade e reconhecimento da importância do papel que desempenham.
"Tem três anos que moro aqui, quando vim para cá trabalhei no lixão e era pavoroso", conta a ex-catadora do lixão, Maria Geralda de Sousa, que trabalha na usina selecionando os materiais. A funcionária relata que no início foi complicado porque as pessoas não tinham consciência da importância de separar o lixo. Mas, com as campanhas, a maioria dos moradores estão fazendo sua parte.
A coleta seletiva implantada em dezembro de 2010 auxilia no processo de trabalho da usina e ajuda a desenvolver a conscientização e a preocupação com o meio ambiente. A educadora Maria Cristina afirma que a mobilização foi feita com todos os recursos disponíveis: rádio, palestras, carro de som, jornais, panfletos e visitas de casa em casa, tudo para que a população se conscientizasse da importância da coleta seletiva.
Atualmente a coleta seletiva é realizada três vezes por semana em cada bairro, utilizando dois caminhões. Um caminhão recolhe o lixo seco e o outro recolhe o lixo molhado e o rejeito (papel higiênico, absorventes, etc). Segundo a educadora ambiental, na usina o lixo seco vai para a bancada para ser separado, o rejeito vai para o aterro e o orgânico (molhado) é destinado para a área de compostagem. "É certo que ainda precisamos trabalhar muito a consciência das pessoas, acreditamos que atingimos 70 % e através da conscientização do cidadão, podemos dar maior sustentabilidade á usina", relata Maria Cristina.
Fonte: Revista de Minas.      

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Barco-museu no São Francisco: Mestre Cunha ensina a fazer brinquedos

O barco-museu No Balanço das Águas, que realizou no último dezembro o projeto “Cinema no Balanço das Águas - Segunda Edição”, nos povoados sertanejos de Ilha do Ferro (município de Pão de Açúcar) e Entremontes (Piranhas), retorna ao rio São Francisco com um novo programa de arte popular, intitulado “Arte no Balanço das Águas”. Desta vez, o barco, que tem o nome de Santa Maria, aportando novamente na Ilha do Ferro, levará a bordo o artista pernambucano José Francisco da Cunha Filho, o mestre Cunha (como é conhecido não somente no Nordeste, mas em todo o Brasil), para conduzir uma oficina de brinquedos populares destinada a jovens de Pão de Açúcar, especialmente a juventude do conhecido povoado ribeirinho. A oficina acontece no próximo final de semana, dias 26 e 27, para um público na faixa etária dos 19 aos 29 anos.

“Mestre Cunha é um artista importante e temos um prazer e uma alegria muito grande em tê-lo na nossa coleção”, diz a coordenadora do projeto patrocinado pela Funarte, a artista visual Maria Amélia Vieira – que, juntamente com o marido, o também artista visual Dalton Costa, administra o museu Coleção Karandash, responsável por esta e outras iniciativas culturais em diversas comunidades localizadas às margens do rio São Francisco.
“Além de artista criativo, irreverente, com obras significativas no mundo das artes visuais do nosso país, J. Cunha, ou Mestre Cunha, ministra essas oficinas de brinquedos para jovens e adultos em vários estados brasileiros”, informa Maria Amélia.
J. Cunha nasceu em Ipojuca, no estado de Pernambuco, residindo atualmente em outro município pernambucano, Jaboatão dos Guararapes. Suas obras geralmente são brinquedos (caminhões, navios e aviões com caras de bichos), confeccionados em madeira, arame, vidro, espelho, garrafa pet, prego, massa de modelar e tinta a óleo. Embora esse trabalho o identifique como artesão, as peças de Mestre Cunha vão além da função utilitária do brinquedo, apresentando-se como obras de arte. Ele próprio reconhece isto quando diz que nem todo brinquedo seu é destinado às crianças.
“O cavalo-de-pau e o avião Macau são para meninos e meninas. O resto é para adulto mesmo”, afirma, demarcando sua identidade artística. “Todas as minhas peças têm nome. Tem o avião Macau; o Camelauro; o Inaudito, que é um dinossauro de pescoço muito grande; o Centrauro [sic], bicho metade homem e metade cavalo...”
A oficina de brinquedos populares é gratuita e as inscrições ainda estão abertas. Uma exposição com obras da Coleção Karandash, incluindo trabalhos de Mestre Cunha, será aberta à visitação no próprio barco, que também exibirá filmes e documentários sobre arte popular. O projeto “Arte no Balanço das Águas” foi contemplado pelo edital da Funarte “Micro Projetos do Rio São Francisco”.

Fonte: Agência Alagoas

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Inscrições para prêmio Mandacaru é prorrogada para 22 de fevereiro

Por solicitação dos participantes, considerando o período de festas de final de ano, bem como às especificidades das instituições participantes, foram prorrogadas as Inscrições do Prêmio Mandacaru - Projetos e Práticas Inovadoras em Acesso à Água e Convivência com o Semiárido até o dia 22 de fevereiro de 2013.
 
As remessas postais com data de postagem constando data de 22 de fevereiro de 2013 que chegarem ao endereço de recebimento após o dia 28 de fevereiro de 2013 serão desconsideradas.
 
Mais informações no Regulamento do Prêmio em: http://www.iabs.org.br/projetos/premiomandacaru/documentos/REGULAMENTO.pdf
 
Como se inscrever
Consulte a documentação exigida no regulamento do Prêmio e envie obrigatoriamente sua proposta, via postal, por remessa postal, mediante registro ou equivalente, para o endereço: A/C Comissão Organizadora do Prêmio Mandacaru – SHIS, QI 05, Conjunto 17, casa 20, Lago Sul - Brasília/DF – CEP. 71.615.170.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Exposição Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga fica no Recife até 7 de fevereiro

Peixinhos recicláveis - foto de Caroline Oliveria no Twitter
 por Fernanda Guerra do Diario de Pernambuco

Um caso de amor com o Rio São Francisco. Um projeto elaborado a partir do fascínio entre criador e criatura. Após passar por Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, Pernambuco recebe a exposição Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga, aberta ao público até 7 de fevereiro, no Santander Cultural Recife (Avenida Rio Branco, 23, Bairro do Recife).

Concebida em 2010, a exposição foi idealizada a partir da coleção primavera-verão 2009 do estilista mineiro. Fraga mergulhou em pesquisas sobre as águas que passam por Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. “Foi um encontro entre o rio real com o da minha memória afetiva”, explica, referindo-se às histórias contadas pelo pai, quando era criança. O curador apresentou o projeto para o Ministério da Cultura, só aprovado na quarta tentativa. “Até então, moda não era entendida como parte da cultura. A exposição é considerada o projeto número ‘zero’ de moda vista como cultura pelo Governo Brasileiro”, contou Fraga.

O Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga contempla 15 ambientes. Um encontro com diferentes faces do rio, através de moda, música, literatura e cinema. No Santander Cultural, cardumes de peixe, mala, colchões, roupas, redes e plantas retratam lendas, histórias e curiosidades sobre o Velho Chico. Em A Voz do Chico, o público pode abraçar nove vestidos para escutar trechos do poema Águas e mágoas do Rio São Francisco, escrito em 1977 por Carlos Drummond de Andrade, na voz de Maria Bethânia.

Além da intérprete, o ator Wagner Moura também participa do trabalho no espaço Cidades submersas. Ao lado de Sandra Delgado, produziu documentário sobre os últimos dias de Rodelas, cidade baiana destruída para a construção de hidrelétrica. Em cada estado, a exposição é ampliada. No Recife, o novo ambiente se chama Chico e suas carrancas, que reúne esculturas do artista plástico Léo Santana, elaboradas com auxílio da comunidade Bomba do Hemetério.

Veja vídeo


Serviço:

Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga
Horários: Terça a domingo, das 13h às 20h
Quando: Até 7 de fevereiro
Entrada gratuita

Livro "Flora das Caatingas do Rio São Francisco" repercute nacionalmente

 
 
 
O livro do professor José Alves de Siqueira Filho “Flora das caatingas do Rio São Francisco: história natural e conservação” , cujo lançamento divulgamos em primeira mão aqui no blog em setembro, vem ganhando o espaço que merece.
 
Hoje pela manhã, o colunista da Rádio CBN, Sergio Abranches, comentou sobre o livro e não deixou de chamar a atenção para a preocupante realidade no curso de água do Velho Chico. 
 
Abranche chama a atenção para a possibilidade das ações humanas (incluindo a transposição) transformar o São Francisco em "Rio Morto".
 
Ouça depoimento no site da Rádio CBN, aqui.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A lenda da igreja de pedras e os sete caboclinhos


Igreja do Bom Jesus do Matosinho em Barra do Guaicuí

O muro percebeu tarde demais que a humildade da noz e seu voto de ficar escondida numa fresta não eram sinceros. Arrependeu-se de não ter dado ouvido aos sinos.  A nogueira continuou a crescer e o muro, o pobre muro, desmoronou e ruiu.

por Geraldo Gentil Vieira

Sempre que visito Barra do Guaicuí na foz do rio das Velhas e no sopé da Serra da Onça, observo que a secular igreja do Bom Jesus de Matosinhos ruirá sob o jugo da força tentacular de raízes estrangulando as pedras de cantaria. Não existe beleza em uma coisa que destrói outra.
 
Mas ainda há tempo... para salvar a igreja várias vezes secular, desde que a comunidade assim o queira. Vamos a uma fábula do genial Da Vinci contada por ele num recente passeio que fez à bucólica vila no último outono. Como bom italiano, provou dos vinhos produzidos ali perto. Lico Paiva o acompanhou como guia.
 
ERA UMA VEZ... Um corvo pegou uma noz (fruto da nogueira) e levou-a para o topo de um alto campanário. Segurando a noz com as patas começou a bicá-la para abri-la. Porém subitamente a noz rolou para baixo e desapareceu numa fresta do muro.
 
- Muro, meu bom muro, suplicou a noz, percebendo que estava livre do bico do corvo, - pelo amor de Deus, que foi tão bom para você, fazendo-o alto e forte, e enriquecendo-o com esses belos sinos de tão lindo som, salve-me, tenha pena de mim! Meu destino era cair entre os velhos ramos de meu pai, prosseguiu a noz, - permanecer no rico solo coberto de folhas amarelas. Por favor, não me abandone! Quando eu estava sendo atacada pelo terrível bico daquele corvo feroz, fiz um voto. Prometi que, se Deus me permitisse escapar, eu passaria o resto de minha vida dentro de uma frestinha.
 
Os sinos, num doce murmúrio, avisaram o campanário que tomasse cuidado porque a noz podia ser perigosa. Porém o muro, teve compaixão e decidiu abrigá-la, deixando-a ficar onde havia caído. Dentro em breve a noz começou a germinar e a estender raízes nas frestas da pedra.
 
Em seguida as raízes forçaram caminho por entre os blocos de pedra e surgiram galhos que saíam pela fresta. Os galhos cresceram, tornaram-se mais fortes e estenderam-se para o alto, acima do topo da torre. E as raízes, grossas e enroscadas, começaram a fazer buracos nos muros, empurrando para fora todas as velhas pedras.
 
O muro percebeu, tarde demais, que a humildade da noz e seu voto de ficar escondida numa fresta não eram sinceros. E arrependeu-se de não ter dado ouvido aos sinos.  A nogueira continuou a crescer e o muro, o pobre muro, desmoronou e ruiu.
 
Nem capela e nem gameleira.
 
Eu disse a uma assustada jornalista piraporense que a bela igreja seiscentista de pedra, era mais importante que a gameleira. O pé direito é da altura de uma gameleira adulta. Restaurada, poderia ser administrada por uma ordem, franciscana ou outra, e instituídos missas e festejos populares.
 
Pirapora, “rio onde salta o peixe”, nos espera com sua gastronomia, banhos de cachoeira e embarque no navio-gaiola Benjamin Guimarães. Antes degustaremos vinhos experimentais em projeto irrigado a meio caminho. Em Minas Gerais, videiras cultivadas no Cerrado produzem vinhos de qualidade. A intensidade da cor e aroma são características marcantes do vinho Syrah, também chamado Shiraz, de origem francesa, que se destacou pela adaptação, produtividade e qualidade. Foi criado por parceria entre a Epamig e fazendas no vale do Paracatu, Pirapora e municípios do sul do estado, tradicionais produtores de vinhos.
 
O vinho é produto da videira (variedade) com o solo (e sua microbiologia), o clima, altitude, adubação, irrigação, poda e as tradições do lugar. Vem daí o chamado terroir. Temos que pesquisar muito para a vitivinicultura nacional chegar ao patamar do Chile por exemplo, que percorreu o longo caminho civilizatório do vinho.
 
Segundo Jancis Robinson, no livro “Curso de vinhos”, “se o típico enólogo francês vê a natureza como força motriz, e o americano a vê como um demônio a ser domado, seus congêneres australianos vêem-se a si próprios como simples processadores da produção”. Estes fazem colheita mecanizada e não têm o menor escrúpulo de não usar rolha de cortiça, mas sim screw cap.
 
Alguns vêem o vinho como antídoto contra a barbárie, como o filósofo inglês Roger Scruton em livro recente: “A distinção entre países civilizados e incivilizados está entre os lugares onde o bebem e não o bebem”, um viés radical. Vinho, diz ele, não é apenas um produto agrícola ou industrial, mas a manifestação da alma de um lugar, de suas tradições, de seus deuses pagãos e tradições cristãs.
 
Quando morei em Pirapora ouvi uma estória contada por Eugênia Diniz Bastos, que tinha o hábito de singrar as águas do Velho Chico e Velhas em barcos. Ela dizia que as mangueiras de Guaicuí com cinqüenta anos já eram seculares, e enigmaticamente, que “Pirapora já não é o que era, mas Pirapora ainda é o que era”.
 
Vamos à lenda:
 
ERA UMA VEZ... no tempo que as galinhas tinham dentes e minha avó catava marinheiro de arroz... Meu avô sempre vivia às voltas com Caboclos d’Água, descendo pelo telhado ou fazendo túneis. Nas noites de lua cheia, na minguante e em todas as luas, bandos deles chegavam de galho em galho, saltavam para o telhado e daí desciam pela chaminé de mansinho. Muitas vezes vinha a família toda, pai, mãe e filhos em número de sete, todos caboclinhos.
 
Então bebiam os vinhos da adega, comiam queijos, pães de queijo, broas  e biscoitos. Faziam estrepolias no quintal e no jardim. O bom velhinho saía esbaforido tão bêbado quanto eles a enxotá-los com a bengala pelas barrancas, de onde dando risadas saltavam em cambalhotas nas profundezas do rio. Do outro lado da cachoeira sentavam-se nas pedras a zombar, cada um com uma garrafa de vinho nas mãos.
 
publicado originalmente na www.folhadomeio.com.br

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Licitações Abertas - FAO

Divulgando...

Edital da FAO para contratar pessoa jurídica especializada para elaborar proposta de modelo de arranjo institucional e de gestão financeira para os Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (CRADs), existentes e futuros, com vistas à sustentabilidade e autonomia financeira desses centros:
Processo: 013/2012
Projeto: UTF/BRA/081/BRA – "Consolidação do Programa Nacional de Florestas"
Objeto: Contratar pessoa jurídica especializada para elaborar proposta de modelo de arranjo institucional e de gestão financeira para os Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (CRADs), existentes e futuros, com vistas à sustentabilidade e autonomia financeira desses centros.
Modalidade: Carta Convite – Invitation to Bid (ITB)
Data para Questionamentos: 14/01/2013
Data para Divulgação de Respostas: 17/01/2013
Data e Hora limite para Recebimento de Propostas: 04/02/2013 - 18 horas
Data e Hora da Abertura das Propostas: dia 05/01/2013 - 15:00 horas
Local para Entrega e abertura das Propostas: ESCRITÓRIO DA FAO – EIXO MONUMENTAL, VIA S1, CAMPUS DO INMET BLOCO 7 – SETOR SUDOESTE, BRASÍLIA – DF - CEP: 70680-900. A/C: UNIDADE DE OPERAÇÕES.


Fonte: www.fao.org.br/avlc.asp