quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Curta-metragem chama a atenção para a questão do fogo na região do São Francisco

Larissa Malty como a "Velha do Carrado", em Piranhas/AL
 “Fogo Ardente, Água Corrente” será exibido na sexta-feira, dia 21, às 10h, no auditório do Ibama/Sede; evento terá lançamento de livro homônimo e bate-papo com autora, Larissa Malty

A Velha do Cerrado caminha pelas margens do São Francisco da nascente, no Planalto Central, até a foz, em Alagoas. Durante a travessia, reflete sobre a relação das pessoas com o meio onde vivem.

Esse é o tema do curta-metragem que Larissa Malty, analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente, criou para chamar a atenção para o problema do fogo no Cerrado e também para a gestão das águas nesse ecossistema.

Artista multimídia, Larissa aproveitou o tema da “velha que conta histórias" para também escrever um livro homônimo, cujos textos, segundo conta, foram surgindo durante as extensas filmagens de campo, em 2011.

O curta-metragem de cerca 10 minutos tem passagens na Estação Ecológica das Águas Emendadas, no Distrito Federal, onde se localiza uma das nascentes do São Francisco; no Jardim Botânico de Brasília, onde foram filmadas as cenas de queimadas; e no Velho Chico, nos municípios de Piranhas e Piaçabuçu, na calha do rio, em Alagoas.

A Velha do Carrado, em Penedo/AL
Diversidade cultural: diversidade biológica – Durante as gravações, Larissa conta que teve a grata experiência de conhecer a diversidade cultural nas cidades às margens do rio. (tesouro nacional, mas pouco lembrado pelas operadoras de turismo interno). São séculos de histórias narradas pelos repentes, pela arquitetura dos casarões e igrejas e pelos festejos tradicionais. “Trata-se de um patrimônio cultural muio forte”, garante ela.

Outra riqueza que encheram os olhos da artista a diversidade biológica da bacia do rio São Francisco. “Acompanhando a calha rio abaixo, você encontra não só Cerrado e Caatinga, mas também Mata Atlântica e outras florestas”, afirma.

E isso, segundo conta, não é por acaso: “diversidade cultural e alta biodiversidade guardam relação direta – um coisa está conectada à outra”, garante.

Esse, aliás, foi o tema da tese que defendeu no mestrado, em 2010, no Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS/UnB). Nessa época foi que surgiu a protagonista da história, a 'Velha do Cerrado'.

Curta teve tomadas desde a nascente à foz do rio São Franciso
Um dia, quando se debruçava sobre os materiais de pesquisa, a velha lhe apareceu e não saiu mais de sua mente. Desde então, vem fecundando a produção de Larissa. Já rendeu um primeiro livro: “Alumeia – o Cerrado que a Velha Conta”, editado em 2010, pela Editora LGE (veja matéria aqui)”, e agora esse curta-metragem e o segundo livro.

E tem mais: inquieta, Larissa tem planos para aprofundar sua pesquisa. No mês que vem, embarca para Portugal, onde pretende dar continuidade ao doutorado, estudando o paralelo entre a história cultural do São Francisco e do Tejo – rio que corta a península Ibérica e que inspirou escritores com o Camões, Ferando Pessoa, josé Saramago e Cervantes.

Serviço – Para quem quiser assistir ao “Fogo Ardente, Água Corrente” na telona, haverá uma sessão na sexta-feira, dia 21, às 10h, no auditório do Ibama/Sede. O curta tem roteiro da própria Larissa Malty, que também interpreta a "Velha do Cerrado". A direção é de Pablo Le Roy. E a trilha sonora é de ninguém menos que Geraldo Azevedo em parceira com Vavá Cunha.

Logo depois, a irriquieta artista multimídia, arte-educadora e analista ambiental e velha do cerrado, Larissa Malty, vai participar de um bate-papo com a plateia. Quem não puder ir, o “Fogo Ardente, Água Corrente” já está no YouTube, veja abaixo:



O livro “Fogo Ardente, Água Corrente” também está disponível para baixar, é só clicar aqui: http://www.4shared.com/folder/G7awIQ_H/_online.html

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