quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Bahia alerta para contaminação do rio São Francisco*



O governo da Bahia enviou um alerta à população, na noite desta sexta-feira, sobre a contaminação do rio São Francisco. A recomendação é para se evitar o consumo e o contato com a água, assim como não consumir os pescados do rio e de seus mais de dez afluentes.

No sábado, os secretários de Saúde, Jorge Solla, e de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza, Valmir Assunção, se reúnem com a diretora do Centro de Recursos Ambientais, Beth Wagner, para discutir as providências que deverão ser adotadas para garantir a saúde e proporcionar total assistência à população local.

O "velho Chico", como é conhecido pela população ribeirinha, pode estar contaminado por cianobactérias, fenômeno conhecido como algas azuis. A suspeita vem da cor da água e do cheiro forte que está na região, além da mortandade de peixes.

De acordo com técnicos, estas bactérias encontraram nas águas do São Francisco ambiente propício para reprodução, devido ao contato com agentes poluentes despejados por fábricas. Os poluentes possuem grande concentração de nutrientes, especialmente fósforo.

"A falta de chuva, a baixa profundidade das águas e as altas temperaturas da região agravaram o problema", disse o secretário de desenvolvimento social, Valmir Assunção, informando ainda que esse quadro dificulta a diluição dos nutrientes, além de reduzir a vazão que faz aumentar a concentração em pontos localizados.

A Coordenação de Defesa foi chamada ao local pela prefeitura de Bom Jesus da Lapa e já registra suspeita de contaminações da população local. A Defesa Civil do Estado de Minas Gerais também foi convocada, já que para os técnicos o foco da poluição deve estar no afluente rio das Velhas.

O rio São Francisco, com 2,8 mil km, banha 23 municípios baianos que concentram uma população de 822 mil habitantes, com uma área de aproximadamente 641.000 km quadrados. O "velho Chico" nasce no Estado de Minas Gerais, na Serra da Canastra, e desemboca no oceano Atlântico, entre Sergipe e Alagoas.

Entenda a Transposição

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Contaminação por algas suspende pesca no Rio São Francisco

A contaminação por cianobactérias (algas azuis) levou o governo mineiro a determinar a proibição da pesca nos rios São Francisco e das Velhas, nas regiões central e norte do Estado. A decisão foi regulamentada em uma portaria do Instituto Estadual de Florestas (IEF), publicada no Minas Gerais, diário oficial do Estado.

Conforme especialistas, o surgimento das algas, que liberam toxinas nas águas, deixando-as com uma coloração esverdeada, é resultado de uma combinação de poluição e estiagem prolongada. O fenômeno é monitorado desde 1996, mas neste ano atingiu níveis considerados críticos. Conforme autoridades, a medida tem caráter preventivo.

De acordo com o secretário-executivo do Comitê Gestor de Fiscalização Ambiental Integrada da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Paulo Teodoro Carvalho, amostras de peixes foram encaminhadas para análises na Universidade Federal Fluminense. Os testes irão avaliar a presença de toxina das cianobactérias.

A ingestão dessa substância pode trazer complicações para o fígado, como hepatite tóxica e câncer, além de provocar diarréias e vômitos. O contato com as águas contaminadas também pode causar irritação na pele.

Na semana passada, análise da Companhia de Saneamento de Minas indicou que a situação é de "alerta", com oscilação na contagem de células das algas e alternância de espécies das cianobactérias nos rios. "A gente não pode correr riscos em se tratando de saúde pública", observou Carvalho.

A portaria proíbe a atividade pesqueira em 428 quilômetros no São Francisco e 200 quilômetros do rio das Velhas, até 1º de novembro, quando começa a piracema. A medida cancela, pela primeira vez, a pesca nesses rios num trecho que vai da região metropolitana de Belo Horizonte até o norte do Estado, na divisa com a Bahia.

Pescadores do norte de Minas já ameaçam entrar com ações judiciais conjuntas cobrando indenização por danos materiais.

O secretário-executivo disse que a portaria também tem por objetivo acionar o governo federal, requerendo uma ajuda de custo para as famílias atingidas. Até o momento, os principais problemas foram identificados na região de confluência dos rios das Velhas e São Francisco, onde a mortandade de peixes já é visível.

A população ribeirinha de Barra do Guaicuí - distrito da cidade de Várzea da Palma -, nas proximidades de Pirapora, é considerada a mais afetada. Nas unidades de saúde foram registrados quadros de diarréia, vômito e dores de cabeça. Na semana passada, a Defesa Civil recomendou a suspensão do uso da água dos rios e o consumo de peixes.

Para Carvalho, embora o fenômeno também esteja relacionado com o lançamento de esgoto nos rios, a influência maior está nas condições climáticas.

"Estamos atravessando uma época que já tinha de estar chovendo e chovendo um bom volume de água. Com isso, a vazão dos rios atinja níveis mínimos e propicia o aparecimento das algas".

O excesso de luminosidade nesta época do ano também contribui para a proliferação das cianobactérias. (Estadão Online)

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Brasil - São Francisco e o Aquecimento Global

Roberto Malvezzi, Gogó

Falo do santo, falo do rio com seu nome. O santo que deu o nome a esse rio, esse poeta que viveu há aproximadamente oitocentos anos, jamais imaginou que seria a figura simbólica mais importante da humanidade no início do terceiro milênio. Nenhum ser humano é mais pertinente, mais presente, mais simbólico que Francisco. Ele jamais imaginaria que todos seus irmãos, desde os humanos até ao mais rasteiro dos sapos, estariam em risco de extinção total no começo do terceiro milênio.

O aquecimento global é a tragédia mais completa que o ser humano pode enfrentar. Seja o aquecimento progressivo, seja o aquecimento exponencial de Lovelock, o ser humano jamais conheceu algo parecido em sua história.

O rio São Francisco dista mil metros de minha casa. De minha janela posso olhar a ponte que une Juazeiro e Petrolina. Sua água azul corre serena, como se tudo estivesse em paz. Pela Pastoral dos Pescadores trabalhei onze anos dentro do rio. Conheço bem suas curvas, seus afluentes, seu povo, suas tragédias. Agora, paira sobre o velho rio a sombra do aquecimento global. Todos os dados indicam que a região brasileira mais prejudicada será o semi-árido. O mínimo que vai acontecer será a redução de 20% de sua pluviosidade. Também o volume de águas do velho Chico deverá diminuir em 20%, no mínimo. Enfim, o que já é ruim pode tornar-se ainda pior. Caso se concretize a teoria de Lovelock, o semi-árido será apenas um deserto.

Nesse dia quatro de Outubro, dia de S. Francisco, dia do rio São Francisco, as comunidades ribeirinhas celebram o rio e o santo com festas de padroeiro, manifestações, programas de rádio e televisão. Nosso povo tem amor ao seu rio. Para nós ele não é um esgoto, nem apenas um manancial de água. Ele tem nome, tem vida, ele corre por dentro de nossas veias. Agredido, destruído, estuprado, ainda sobrevive. Se morrer, não haverá mais povo no semi-árido. Por isso nossa luta é simbólica em todo território nacional, até fora do país.

Você que acaba de ler esse texto, não se esqueça de pedir a São Francisco que ele zele pelo seu rio, que ele zele por todo nosso planeta. Não se iluda, na crise global do clima, ninguém escapará ileso.

Fonte: Adital

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Bacia do São Francisco ganha primeira unidade de conservação

A região do submédio São Francisco acaba de receber a primeira Unidade de Conservação da bacia do rio São Francisco. Trata-se da Flona Negreiros, localizada em Serrita (PE), área com 3 mil hectares, destinada à conservação da biodiversidade, ao fomento do desenvolvimento sustentável da Caatinga e à capacitação de produtores rurais. "A Flona servirá de Centro de Capacitação para que os proprietários utilizem técnicas de manejo florestal de forma a atender às demandas do pólo gesseiro sem causar impactos ao meio ambiente", explica o técnico do Departamento de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente, João Carlos Costa Oliveira.

A área possui 46% de cobertura florestal e 54% de agricultura e pasto e se constituirá como Centro de Referência para difundir boas práticas ambientais, como as desenvolvidas pela Rede de Manejo Florestal Sustentável, formada por universidades, institutos de pesquisa e órgãos governamentais da região, cuja principal função é estudar a utilização da Caatinga sem ocasionar a sua degradação.

Dentre essas iniciativas, constata-se técnicas que permitem a utilização da vegetação e, em seguida, a sua regeneração natural. Uma delas, é o manejo seletivo, que consiste em dividir a área em lotes e utilizar um de cada vez, permitindo que o mesmo se restitua ao longo de 15 anos. Outras técnicas empregadas são a do manejo seletivo, onde se preserva espécies como as árvores forrageiras e as plantas medicinais, e da talhadia simples, que consiste em cortar a vegetação deixando pequenos tocos.

Para o engenheiro florestal do Ibama, Francisco Barreto Campelo, cerca de 90% das árvores são recompostas por meio do emprego desta última técnica, contribuindo, ainda, para a conservação da biodiversidade florestal. "Para se garantir o uso dos recursos naturais de forma sustentável é fundamental que os produtores rurais adquiram em suas práticas ações que conservem o solo, não provoquem queimadas sob nenhuma hipótese e permitam a rebrota da vegetação", explica Campelo.

Indústria do gesso - A região do Araripe, sub-bacia do Brígida, há 40 anos vem se efetivando como o maior pólo gesseiro da América Latina. Para isso, o governo do estado vem investindo, principalmente no aperfeiçoamento tecnológico, resultando em preocupação para os ambientalistas, uma vez que toda atividade desorganizada ou sem planejamento configura-se como um perigo para o equilíbrio ambiental.

Para se ter uma idéia dos danos causados pela indústria gesseira na região, dos 2 milhões de lenha que são necessários por ano, 1,5 milhão destina-se à referida atividade. Outra parcela é consumida pela produção de farinha e queijo. A criação animal também é determinante no impacto ambiental. Prevê-se que cada cabeça de gado ou caprino deva abranger uma área de 10 hectares, caso contrário, tem-se problemas de compactação do solo, determinados pela erosão e, conseqüentemente, pela desertificação.

Outros projetos - Importantes projetos vêm se consolidando em Pernambuco buscando a conservação da Caatinga como o Projeto Conservação e Uso Sustentável da Caatinga, da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, por meio do Programa Nacional de Florestas; o Mata Nativa, do Ibama, em parceria com a Secretaria de Recursos Hídricos, por meio do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, e o Semaflor também do Ibama.

"O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama vêm buscando em parceria com o Sebrae qualificar a indústria do gesso para uma melhor eficiência ambiental, dentro dos mecanismos de desenvolvimento limpo, que visa a redução das emissões de gases e empresas mais adequadas do ponto de vista ambiental", conclui Campelo. (MMA)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Governo da Bahia alerta sobre contaminação do São Francisco

O governo da Bahia lançou um alerta para a população que vive próximo às margens do rio São Francisco para que não consuma a água ou os peixes do rio. O alerta foi dado depois dos casos de diarréia decorrentes do consumo de água do rio São Francisco, com indícios de contaminação, registrados na região de Bom Jesus da Lapa.

O Cordec (Coordenação de Defesa Civil) informou que foi notificado pela prefeitura de Bom Jesus da Lapa sobre a ocorrência de alteração do odor e da coloração da água do São Francisco, mortandade de peixes e registro de casos de diarréia na região do rio das Rãs e no município de Serra do Ramalho.

A recomendação da Cordec é que a população da área afetada evite o contato direto com a água contaminada. Também recomendaram a interrupção do consumo de pescados do São Francisco e os afluentes afetados. Os técnicos da Cordec informam que a fervura da água não elimina as principais toxinas e que, em caso de contaminação, um médico deve ser consultado imediatamente.

O governo informou que técnicos da Cordec mantiveram contato com a Defesa Civil do Estado de Minas Gerais, já que as alterações de cor do São Francisco foram constatadas a partir de seu encontro com o afluente rio das Velhas, com indicativos de concentração em níveis elevados de cianobactérias, também conhecidas como algas azuis.

De acordo com técnicos, tais bactérias encontraram nas águas do São Francisco ambiente propício para reprodução devido ao contato com agentes poluentes despejados na bacia do rio, que possui grande concentração de nutrientes, especialmente fósforo. A falta de chuva, a baixa profundidade das águas e as altas temperaturas da região agravam o problema.

O rio São Francisco banha 23 municípios baianos que concentram uma população de 822 mil habitantes.
(Fonte: Folha Online)

Postada em http://www.turmadobigua.com.br/forum/viewtopic.php?t=1470

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Quanto Vale a Carcinicultura?



Vídeos de Philipe Ribeiro
Ambientalista e Produtor Independente de Mídia